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EDITORIAL DO MÊS DE MARÇO DE 2025

CARNAVAL, ALEGRIA E REFLEXÃO

José Edson Furtado de Mendonça

Trabalha no Instituto Espírita Gabriel Delanne (IEGD)

Carnaval, entrudo ou entrada na Quaresma são termos referentes aos três dias (oficiais) de festas momescas que precedem a  Quyarta-Feira de Conzas.  Esse período de folia pagã é marcado pelo "adeus à carne", ou "Carne nada vale", que originou o termo Carnavale ou Carnaval.  As origens das festividadesdo "Rei Momo" remontam aos primórdios da civilização greco-romana (com o Deus Dionísio e os Césares), quando os soberanos guerreiros antigos, se entregavam  aos prazeres coletivos, comemorando suas vitórias com orgias e bacanais (de Baco) e as Saturnálias (do Rei Saturno), ocasião em que se imolava uma vítima humana.  Consta, igualmente, que o Carnaval foi adaptado pela Igreja Católica e desembarcou no Brasil no Século XVII, trazido por portugueses.  A miscigenação de tradição européia, com os ritmos musicais da África, criou no Brasil, um dos maiores espetáculos populares do mundo, impactando substancialmente a cultura, a arte e a economia, em setores como turismo, lazer, entretenimento e negócios.

Outrossim, ao contrário do que afirma o frevo "Atrás do Trio Elétrico", de Caetano Veloso, não vão somente os "vivos" (encarnados), como também os "vivos" (desencarnados) que participam em número muito maior, corroborando o que Paulo de Tarso afirma, em (Hebreus, 12.1) sobre uma "nuvem de testemunhas" a nos envolver; o autor ressalta que essa massa de espíritos, ainda muito materializada, cresce sobremaneira nos dias de realização das festas pagãs, aproveitando-se do ambiente favor´vel das vibrações grosseiras provenientes dos excessos deliberados.  Nesse contexto, no livro "Nas Fronteiras da Loucura", o autor Manoel Philomeno de Miranda, relata episódios protagonizados pelo venerando Espírit Bezerra de Menezes, na condução de equipes espirituais socorristas junto a hordas de foliões, em grande desequilíbrio moral, durante o Carnaval carioca de 1982.  Vale a pena conferir.

Por outro lado, é com muita saudade e alegria que evocamos  momentos inesquecíveis dos dias de carnaval na nossa juventude dourada, quando  participávamos de desfiles de carros (no corso), além de brincar em clubes também e, apreciávamos memoráveis blocos carnavalescos puxados por animados foliões envergando fantasias originais e criativas exaltando a coreografia con danças tradicionais, os maractus,  os caboclinhos, os caboclos de lança e tantos outros folguedos que emprestavam um colorido todo especial enchendo as ruas, avenidas, praças, praiad e clubes sociais; com seus encantadores desfiles, o povo realmente se esbaldava, caía na folia improvisando e usando mil modos de fantasias, disfarces,  máscaras, pinturas, embriagando-se de uma alegria contagiante, vibrando de contentamento e autêntico divertimento saudável juntamente com seus familiares e amigos que se divertiam ao som de orquestras, bandas, charangas improvisadas, memoráveis canções entoadas por um coro de foliões a se confraternizarem exaltando temas e memórias inesquecíveis do riqíssimo folclore popular brasieiro e africano, refletindo magnificamente a diversidade cultural do patrimônio imaterial da humanidade. Que belos tempos, que belos dias que não voltam mais.

No entanto, em tempos mais recentes, diante de grandes e complexas mudanças sociais da modernidade, aquelas festividades, como outras, foram perdendo a sua originalidade e propósito ao assumirem um caráter de exploração mercantilista contextuaalizado por tristes eventos de violências, desregramentos, libertinagem, desestruturações várias que implicam em uma forte modificação da forma de participação nos eventos populares, notadamente no que se refereà segurança e bem-estar da população como um todo.  Desse modo, muitas pessoas optaram por se resguardar durante os feriados prolongados, aproveitando-os para viajar, descansar, curtir outras opções.

Finalizando, é oportuno lembrar que tais intervalos na rotina normal das atividades laborais da vida podem ser bem aproveitados, respeitando a decisão de cada um, como ótima oportunidade de cuidar do seu crescimento intelecto-moral, lendo uma obra edificante,  paticando meditação para aprimorar o autoconhecimento, o trabalho no bem, as relações interpessoais e a conexão com o Pai Celestial.  Tenhamos todos um excelente período de Momo!                                                                                                 

Rua João Manguinhos, 140 Bairro Novo - Olinda, PE

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