
GRUPO DA FRATERNIDADE ESPÍRITA GUILLON-DOMÊNICO

Editorial do Mês de Abril de 2025
PÁSCOA, RESSURREIÇÃO E RENOVAÇÃO
José Edson Furtado de Mendonça
Trabalha no Instituto Espírita Gabriel Delanne (IEGD)
O vocábulo Páscoa, pessach em hebraico, de origem judaica, historicamente significa oassagem: episódio marcante em que se comemora a libertação do povo judeu do jugo egipcio, sob égide de Moisés, o grande legislador hebreu. A árdua, difícil, complexa e providencial tarefa desse notável enviado de Deus era fomentar o preparo daquele povo rude, pela disciplina e pela justiça, para a vinda do Messias prometido. Naquela jornada épica, que durou quarenta anos, ele recebe do Pai, as “Tábuas da Lei”, no monte Sinai, as quais consubstanciam a primeira revelação da Lei de Deus. Aquela passagem representa a vitória da escravidão para a liberdade daquela raça.Mais de um mil e duzentos anos depois, esse memorável acontecimento seria evgocado por Jesus, o Missionário Divino do Amor, como protagonista da segunda revelação de Deus, constituindo o Novo Testamento, como o maior legado do Pai para os cristãos. O nosso Mestre e Enviado Maior escolheu justamente o período pascal para reafirmar a Sua Excelsa missão, culminando com a Sua submissão exemplar à condenação, execração, martírio e morte na cruz, coroando-a com a Sua ressurreição, em corpo espiritual. Com Jesus, a ressurreição (ou anastase) se torna uma prova positiva e contundente da continuidade da vida após a morte do corpo físico. Ademais, esse sublime evento cristão propicia tempo de renovação espiritual da fé raciocinada oportunizando importantes momentos de reflexão e renovação do homem na ansiada busca de conexão mais profunda com a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas e da melhoria da nossa essência divina.Outrossim, o Mestre maior, após a morte, pssou cerca de 40 dias entre os apóstolos, ressignificando a Páscoa como testemunho verdadeiro da vida futura-ponto central de Seus ensinamentos-, patenteando assim, a imortalidade do homem na dimensão espiritual. É oportuno acrescentar que pelas próprias palavras do Cristo, amparadasnas leis morais de Causa e Efeito e do Progresso, o Messias não sofreu e Se deuxou crucificar para nos salvar: o Seu martírio não foi para nos libertar de pecados nossos erros e falhas morais, que compete única e exclusivamente a cada um de nós. Ele veio ao mundo mostrar o verdadeiro caminho da vida imortal, árduo, exige muito aprendizado e esforço próprios e, por decreto divino, terá de ser construido e reconstruido por cada filho de Deus, travando luta constante e persistente para edificar o “Reino dos Céus” em seu coração. Nesse contexto, há a citação direta do Mestre maior: “Porque o Filho do homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um segundo as suas obras,” (Mt 16,27). Já ALLan Kardec, na obra “O Céu e o Inferno, ou a justiça divina segundo o Espiritismo”, Cap.III:7 a reforça e detalha: “O progresso entre os Espíritos, é fruto do seu próprio trabalho; mas como eles são livres, obram em seu próprio avanço, como mais ou menos atividade ou negligência, segundo a sua vontade... São portanto, os próprios artífices de sua situação feliz ou infeliz, segundo essa máxima do Cristo:”A cada um segundo suas obras”.Compete, pois, a cada ser humano, trabalhar com afinco para sua evolução (e felicidade), com muito trabalho, esforço, dedicação e muito amor a Deus, a si e ao próximo, passo a passo, l´grima a lágrima, vitória a vitória, em encarnações sucessivas, alternando experiências - ora aqui, ou em outro orbe material, ora no plano espiritual – tantas vezes quantas forem necessárias. Portanto, consciente de tudo isso, que possamos aproveitar efetivamente bem esse singular período pascal como mais uma excelente oportunidade para renovar atitudes, aplicando a nós, com humildade, determinação e coragem, a passagem da transformação dos vícios morais em virtudes.